Quem paga o preço de me ser, sou eu
Na jornada de ser, descubro o custo da minha liberdade.
Eu olho para o universo, e ele me olha de volta, como se houvesse uma linguagem secreta, uma troca silenciosa que não precisa de palavras. Há entre nós um entendimento profundo, um acordo tácito que só exige um gesto: o silêncio. E nesse silêncio, encontro a minha essência. Não preciso falar, não preciso agir, apenas ser. O universo me conhece, como conheço a mim mesma, e é no meu ser autêntico que ele se reflete.
Há dias em que me perco nesse êxtase quieto de simplesmente existir, de me deixar levar pela suavidade das nuvens que se abrem diante de mim. O céu se estende em veludo, o azul, o lilás, o cinza respiram como se fizessem parte de mim. E eu, pequena e enorme ao mesmo tempo, fico sem saber o que fazer com tanto, com tanto mundo. A sensação de ser parte dele é tão intensa, tão profunda, que já não sei onde eu termino e o universo começa. Tudo parece se fundir, e nesse lugar, encontro a paz de saber que sou uma extensão do que é maior que eu.
Minha intimidade com o universo é uma dança silenciosa, sem palavras, sem pressa. Ele me conhece na totalidade, e eu me encontro na vastidão do que sou. Não há imitação, não há espera. Apenas a verdade que flui entre nós, conectando cada pedaço do que sou ao que está ao meu redor. Nesse entendimento silencioso, percebo que minha autenticidade é a chave para me alinhar com o universo, porque o que é meu, o que é verdadeiramente meu, se encontra nesse espaço. E eu, ao ser quem sou, sou o próprio convite para que o que me pertence se manifeste.
A autenticidade é, para mim, uma dança com o universo. Não é algo que se conquista ou que se força, mas algo que se permite. O universo, em sua sabedoria silenciosa, sabe que só o que é genuíno e verdadeiro pode se alinhar com o que é nosso por direito. Quanto mais me entrego à minha essência, mais sinto essa força invisível me guiando, me mostrando que ser quem sou é o único caminho para atrair aquilo que realmente pertence a mim.
Eu sei, com a calma de quem já se entregou ao fluxo do universo, que nada que é verdadeiro se perde. Se é para ser meu, será. E não importa o quanto o mundo tente me moldar, a essência que carrego dentro de mim é imune a tudo isso. O universo já conhece o meu caminho, e ao ser autêntica, ao simplesmente ser eu mesma, encontro a conexão que preciso para que o que é meu venha até mim. O alinhamento com minha verdade é a chave para atrair o que me pertence, porque o que é genuíno nunca se perde, nunca escapa.
O universo me ensina que a autenticidade não é sobre lutar por algo, mas sobre ser tão profundamente verdadeira comigo mesma que o que é meu se encontra no caminho. Não há pressa, não há esforço. Tudo vem em seu devido tempo, porque tudo que é meu já foi atraído pela minha essência. Não preciso me preocupar em buscar ou em me ajustar a expectativas. O universo, em sua sabedoria, cuida disso para mim, me trazendo tudo o que é alinhado com a minha verdade. Assim, ao ser quem sou, me torno um imã para tudo que me pertence. E é nesse espaço de confiança, de não forçar nada, que tudo acontece de forma perfeita.
Eu parei de me questionar tanto. Como se houvesse um alívio no simples fato de deixar o processo acontecer sem a pressão da perfeição. Porque, na verdade, não há perfeição no processo. Há apenas o movimento constante, a vida que segue e o que decidimos fazer dela. O que acontece, acontece. Não há pressa. A felicidade mora no ato de tentar, e tentar sem esperar um resultado específico, mas sim o prazer da própria busca. Desde que comecei a tentar, desde que me permiti ser quem sou, percebi que a felicidade não precisa de grandes gestos. É tão sutil, tão calma, como a luz suave do sol que toca tudo o que encontra.
O mar vai e volta. E já não basta isso? Esse vai e vem silencioso que é, no fundo, tudo o que realmente precisamos para existir. Não precisamos da perfeição, nem do controle. O simples fato de estar ali, de ser, já é suficiente. Sinto meu coração todo aceso, como se a luz do sol estivesse em mim, tocando tudo o que sou e tudo o que encontro. Não há matéria invisível que não seja importante, não há presença sem peso. O amor que não pede nada em troca é o mais puro, o mais sincero. E a natureza, que nunca exige, nos ensina sobre o simples fato de ser.
Eu já não me peço nada em troca, porque sei que esse ser já é suficiente. Eu não sou mais aquilo que o mundo quer, e me aceito cada vez mais em minha verdade simples e crua. O mundo espera que eu seja alguém, mas eu sou quem sou, sem esperar nada de volta. E percebo, então, que essa generosidade do ser é o que cria a abundância de uma vida plena.
Ser e deixar acontecer, o que for pra ser será.
cara, admiro a sua coragem de postar um texto desse no substack